#1 O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien
“Como um trovão que surge num céu limpo”. Foi desta forma que o autor C. S. Lewis descreveu o impacto do lançamento do primeiro volume da série O Senhor dos Anéis, há mais de 70 anos. Poucos não conhecerão a saga criada por J. R. R. Tolkien que, ao longo de três volumes, vendeu, de acordo com estimativas conservadoras, mais de 150 milhões de cópias. “Dizem que Tolkien transformou sozinho o género da fantasia moderna”, escreve o crítico Verlyn Flieger no portal Lithub, antes de acrescentar: “Mas ele não transformou, ele inventou a fantasia moderna”. A verdade é que muitas marcas do universo criado por Tolkien – adaptadas de narrativas e mitos entretanto desaparecidos (nomeadamente do folclore inglês) – são apontadas como uma das suas grandes qualidades. Por outro lado, as tensões inerentes à globalização e à industrialização asseguraram a sua atualidade. Existe na obra “uma metáfora sobre a modernização da Inglaterra idílica”, escreve no portal Big Think, Tim Brinkhof.
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#2 A Roda do Tempo, de Robert Jordan
A série A Roda do Tempo inclui 15 livros publicados entre 1990 e 2013. Depois da morte do autor Robert Jordan, em 2007, a série continuou pela mão do autor Brandon Sanderson. Em 2023, a saga ultrapassou as 100 milhões de cópias vendidas, ano em que foi também lançada uma série televisiva baseada na obra literária. Os livros começam por seguir cinco jovens de uma remota aldeia que, juntamente com uma feiticeira e o seu guardião, procuram saber mais sobre uma poderosa força que os persegue. Uma das principais inovações presentes em A Roda do Tempo é o sistema mágico e a forma como cruza género e poder – neste universo, apenas as mulheres podem utilizar a magia com segurança. “Jordan ofereceu, para o seu tempo, uma análise inovadora dos papéis de género na fantasia”, escreve a revista Time, destacando como, sob uma luz moderna, esta dinâmica é “extremamente binária e algo ultrapassada”. Conceitos como destino, profecias e liberdade – normalmente centrais nas obras de fantasia – são também desafiadas.
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#3 As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin
Esta é uma saga de fantasia medieval que tem uma importante característica – não está ainda terminada, sem que ninguém saiba quando e se vai ser concluída. Até agora, o autor George R. R. Martin lançou cinco livros entre 1996 e 2011, estando ainda prevista a publicação de dois volumes adicionais. A popularidade dos livros aumentou muito consideravelmente em 2007, com a criação da série televisiva A Guerra dos Tronos, pela HBO. No total, terão sido vendidos mais de 90 milhões de livros desta saga, em cerca de 50 línguas. A saga ficou conhecida pela forma como mistura complexidade moral, jogos políticos e violência, desconstruindo muitas dos elementos habitualmente associados à fantasia. “O autor desafia alguns dos arcos de crescimentos das personagens que temos vindo a esperar deste tipo de livros”, escreve Rajan Khaan, no portal Litreactor, oferecendo um exemplo: “O potencial herói não tem hipótese de lutar e nenhuma personagem está a salvo”.
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#4 The Witcher, Andrzej Sapkowski
Um total de 8 romances e 15 contos contam a história do universo de The Witcher – a saga criada pelo polaco Andrzej Sapkowski desde 1986. As obras do escritor tinham tudo para ficaram remetidas às estantes da Polónia, até serem popularizadas pelo trabalho do estúdio de videojogos do mesmo país – a CD Projekt Red. De resto, segundo noticia o portal Polygon, o sucesso internacional que se seguiu surpreendeu o próprio autor que recusou a proposta inicial de receber uma percentagem dos lucros, vendendo os direitos na totalidade, de acordo com a imprensa polaca, por menos de 10 mil dólares. “Não acreditei no sucesso deles”, explicou Sapkowski numa entrevista em 2017. De acordo com a Forbes, o terceiro e mais recente videojogo da série vendeu mais de 50 milhões de cópias. Os temas abordados por Sapkowski estão também presentes nos videojogos: intriga política, espionagem e conflito militar. “O mundo é mais difícil que outros do género, incorporando mitos, história e folclore da europa central”, escreve a editora Barnes and Noble, no seu site.
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#5 Série Terramar, Ursula K. Le Guin
Ao longo do total de seis obras, a escritora americana Ursula K. Le Guin conta a história do mundo de Terramar – um arquipélago composto por centenas de ilhas e por um oceano vasto e por explorar. A partir deste cenário, Le Guin cria várias civilizações que se caracterizam pela sua originalidade face ao género literário da fantasia. “O mundo [de Terramar] é multirracial e descentralizado, sendo elogiado pela forma como se distancia do solo tradicional europeu”, explica um artigo da The New Republic, que acrescenta: “É uma abordagem que trata a vida como a missão de nos descobrirmos a nós próprios”. A originalidade de Le Guin e a forma como cria um mundo mais complexo e profundo que na maioria das obras de fantasia foi reconhecida pelo escritor David Mitchell no The Guardian: “Terramar é um dos mundos de fantasia melhor escritos da literatura – é uma criação superior à Terra Média de Tolkien”.
Outras sagas a ler
The Stormlight Archive, Brandon Sanderson;
The Dark Tower, Stephen King;
The Inheritance Cycle, Christopher Paolini;
The Shannara Series, Terry Brooks;
Percy Jackson, Rick Riordan;
The Chronichles of Narnia, C. S. Lewis