#8 Ana Isabel Veiga 

«A Covid-19 está a pôr-nos à prova»


Ana Isabel Veiga

17 anos, estudante do 1.º ano da licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra. 

Este é o meu primeiro ano na Universidade, um ano cheio de expectativas, de sonhos, de amizades, de medos e inseguranças mas, principalmente, um ano de mudança. Na minha faculdade, por sermos muitos alunos de primeiro ano, a assistência presencial às aulas é feita por um sistema de rotatividade, por ordem alfabética. Tive a sorte de ir assistir presencialmente à primeira semana de aulas. Num universo de mascarados (20/30 alunos mais ou menos), tive a oportunidade de conhecer várias pessoas e não pude deixar de sentir que estávamos numa fábrica – éramos modelos diferentes do mesmo brinquedo.  
 
Todos fizemos por tornar aquele momento constrangedor inicial numa aproximação, numa apresentação de quem realmente estava por trás da máscara. Se há coisa que a Covid-19 está a fazer, é pôr-nos à prova. Não tive ainda praxe (aguardo pelo segundo semestre), não tive latada, não fui a uma quinta-feira académica e, por enquanto, não tenho madrinha (afinal, apesar de todos os esforços é impossível conhecer pessoas via Zoom). Mas não quero estar a ser negativa: estou certa de que, em breve, vou viver todos estes momentos.

No curso, por enquanto tudo parece correr bem: há cadeiras fáceis e outras mais difíceis, há professores que cativam mais que outros, etc., mas nada disto será novidade. Estou numa fase de experimentação, de adaptação às cadeiras e ao ritmo das aulas e a cada minuto surgem mil e uma dúvidas na minha cabeça: Será este o curso certo? O que é isto? O que será que o professor quis dizer? Vale a pena ir arriscar assistir às aulas presenciais ou será preferível ficar em casa a tentar (e reforço tentar) ouvir a aula online?  
 
Estas são perguntas cujas respostas não são certas, mas que só o tempo me ajudará a compreender. Resta-me esperar que tudo corra bem, dentro do possível, e que, muito em breve, possamos desfrutar dos pequenos prazeres da vida que tanta falta nos fazem.