“Aproveitem esta experiência com o maior envolvimento possível, em todas as vertentes”

Susana Ribeiro1


Susana Ribeiro, 20 anos
Licenciatura em Gestão de Eventos
Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, Instituto Politécnico de Leiria 

 
A terminar a licenciatura, Susana confessa que se alguém lhe tivesse dado as dicas que hoje partilha a sua vida académica teria sido muito mais fácil logo de início.
“Por norma, no início do semestre nunca temos muitas coisas para fazer em termos académicos”, conta, antes de acrescentar: “mas é importante que não nos deixemos relaxar demasiado porque quando começam as frequências e as entregas de trabalhos é tudo ao mesmo tempo”. Por essa razão, para a estudante, o melhor será guardar sempre algumas horas por semana dedicadas  a “fazer apontamentos e trabalhos para que não fique tudo acumulado”.

O desfrutar da vida académica é também algo muito importante para a Susana, que acredita que é positivo viver este aspeto em pleno: “O meu maior conselho é que se aproveite toda esta experiência e que haja o máximo de envolvimento possível nas iniciativas da faculdade, de modo a viver-se esta experiência em todas as vertentes e não apenas nos estudos senão tudo se torna muito cansativo”. Aderir à associação de estudantes, participar em convívios ou em atividades com que os estudantes se identifiquem, são alguns exemplos que fornece. 

“Embora três anos pareçam muito tempo, a verdade é que passam a correr”, conta Susana Ribeiro, que entrou na faculdade já durante a segunda fase. Alguns colegas já se conheciam, mas depois das praxes acabou por conhecer algumas pessoas. “Como estava a estudar longe do local onde vivo, acabei por ficar a viver perto da faculdade, o que também facilitou a minha integração pois estávamos todos sozinhos e criámos essas ligações”, conclui. 

 
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“É importante que cheguemos com vontade de conhecer pessoas novas e novas mentalidades” 


Guilherme Rodrigues1

Guilherme Rodrigues, 19 anos
Licenciatura em Geografia
Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa

Para Guilherme Rodrigues, o sucesso no meio académico universitário depende, em larga escala, do próprio gosto de cada um. “É muito importante pensarmos num curso de que gostemos mesmo. Dá logo para ver em que matérias temos melhores notas, são aquelas em que somos bons e aquelas em que temos gosto. Isto será um bom indicativo”, explica o estudante da licenciatura de Geografia na Universidade de Lisboa.  

Para o estudante, existe um maior empenho e gosto quando há envolvimento, independentemente de outras condicionantes: “Acredito que devemos optar por aquilo de que gostamos sem nunca irmos atrás dos cursos que imaginamos que nos vão proporcionar um bom salário ou um grande prestígio”. A um nível mais prático, Guilherme destaca um método. “Temos de concentrar-nos nas notas e para isso é essencial estudarmos regularmente. Aquele método de estudar nas vésperas dos testes, que no secundário pode ser suficiente, não resulta na faculdade”.  

O melhor, para Guilherme, será mesmo estudar um bocadinho todos os dias, nem que seja meia hora ou uma hora de maneira a que, pelo menos, tenhamos tudo organizado. “O volume das matérias é muito superior ao que estávamos habituados no secundário e se não nos mantivermos a par de tudo depois torna-se mais difícil quando chegamos aos exames”, conta, destacando que existem mais testes, mais frequências e mais exames. “Se queremos ter bons resultados então temos de manter-nos organizados”, reforça. 

Na perspetiva de Guilherme, a organização e a disciplina ajudam a manter um equilíbrio saudável: “É bom porque desta forma ficamos sempre com algum tempo para nós próprios e para as outras coisas que gostamos de fazer”. Para que o sucesso seja quase uma garantia, surge a importância da convivência, uma vez que “é importante que entremos com a mente aberta para conhecermos um novo mundo,  que cheguemos com vontade de conhecer pessoas novas e novas mentalidades”. “Muitos de nós seguimos sozinhos para uma faculdade ou para um curso e os nossos amigos seguiram outros caminhos. Devemos, por isso, estar prontos para fazer novas amizades”, realça o estudante de 19 anos, lembrando que “é com estas pessoas que vamos passar pelo menos algum tempo e depois acabamos todos por nos ajudarmos uns aos outros”, antes de concluir: “Devemos, por isso, estar disponíveis e de mente aberta para termos uma nova vida social, para sairmos com estas novas pessoas”.  

  
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“É muito importante que nos lembremos que não faz mal pedir ajuda”

 
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Filipa Gonçalves, 22 anos
Mestrado em Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico
Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Coimbra

 

Licenciada em Educação Básica na Escola Superior de Educação de Lisboa e a frequentar o primeiro ano do mestrado, Filipa Gonçalves acredita que o melhor concelho que pode dar a quem vai iniciar a vida académica universitária “é, sem dúvida, seguir-se o que se gosta”: “Muitas vezes, quando disse que ia seguir o caminho da educação, ouvi comentários menos positivos. Não nos podemos deixar influenciar pois há espaço para todas as profissões na sociedade e todas são muito importantes”.  

Para que tudo corra bem, Filipa destaca a importância da boa organização seja nos estudos, seja na realização de trabalhos. Sem esta, “quando o fim do semestre chega, o stress e o cansaço apertam e ficamos sempre com coisas menos bem feitas, o que não queremos”. Também é muito importante para estudante lembrar que “vai haver alturas mais difíceis e que não faz mal pedirmos ajuda”.  

Outro dos conselhos que considera essenciais está ligado à organização semanal, recomendando que os estudantes do ensino superior definam tempos dedicados exclusivamente a atividades que gostam de fazer além curso. “É bom que tenhamos um tempo dedicado a nós mesmos para estarmos com amigos, ler um livro, passear, etc. O ensino superior é importante, sim, mas o bem-estar emocional também o é e sem este não singramos no que estudamos”, destaca. O equilíbrio é a palavra-chave de Filipa, que sabe que o mesmo nem sempre é fácil de alcançar: “É muito importante que a vida académica seja bem aproveitada. Afinal, ela também acaba”.  

 
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“Há uma correlação fortíssima entre o aproveitamento académico e a existência de um grupo de estudo” 

 

António Cordovil1

 

António Cordovil, 24 anos
Licenciatura em Engenharia Aeroespacial
Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa


António Cordovil, está próximo de terminar o seu percurso no estudo de Engenharia Aeroespacial. Em termos gerais, acredita que “fazer um curso não tendo um grupo de colegas com quem se tenha travado amizade é muito mais difícil e equivale ao dobro do trabalho”. “Se temos um grupo de amigos, ajudamo-nos mutuamente. Um tem maior facilidade numa disciplina, outro noutra e ainda outro numa determinada matéria”, conta. 

Essa ideia de mais-valia coletiva está também presente nos momentos de estudo, para o estudante. “Termos um ritmo de estudo também se torna mais fácil quando temos um grupo de amigos na faculdade. Estudamos todos juntos. Penso que há uma correlação fortíssima entre o aproveitamento académico e a existência de um grupo de estudo que entretanto criamos”.  

Como conselho, António recomenda “nunca deixar as coisas para o fim”: “A faculdade é muito diferente da escola secundária. Não basta sermos apenas interessados, temos de estudar e devemos começar a fazê-lo logo no início de cada semestre e deste modo também criamos um ritmo que, no fundo, nos é essencial. Penso que isto ainda é mais relevante do que irmos sempre a todas as aulas, o que também é importante.” 

Em termos de integração e de vida social, António acredita que a vida universitária é bastante semelhante à do secundário. “Quem teve dificuldades em integrar-se no secundário, também vai senti-las na faculdade e quem não teve provavelmente dar-se-á bem, que foi o que aconteceu comigo. A verdade é que na minha área a paisagem social não é muito complexa. Somos todos um grupo de ‘nerds’ a lutar juntos, há um forte espírito de camaradagem”, revela.

Como máxima, António, recomenda o estudo diário. “Mais vale estudarmos todos os dias uma hora do que dez horas uma vez por semana, principalmente nos cursos que requerem uma carga de trabalho mais pesada. É muito importante que haja constância da nossa parte. Penso que se tivermos estas ideias em conta tudo correrá bem!”


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Saber administrar a autonomia e a liberdade é muito importante”

Tomás Teixeira1


 Tomás Teixeira , 21 anos
Licenciatura em Design
IADE, Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, Universidade Europeia


A terminar o curso de três anos, Tomás Teixeira avalia agora se irá prosseguir os estudos rumo ao mestrado ou se iniciará já a vida profissional. Como melhor dica para quem planeia agora entrar para a faculdade destaca a organização e o saber administrar a liberdade e a autonomia que se adquire nesta nova etapa da vida.  

As dificuldades que podemos ir encontrando dependem sempre de pessoa para pessoa, uns têm maior dificuldade em certas disciplinas outros encontram-nas mais a nível social. Diria que é muito importante sabermos administrar a autonomia e a liberdade que adquirimos ao entrarmos para a faculdade”, conta o estudante.

Quanto a concelhos para novos ou futuros estudantes universitários, a sua recomendação é que estes não cometam alguns erros por ele cometidos. “[É importante] aprender a lidar com a maior liberdade oferecida por alguns professores em relação às faltas, por exemplo”, conta, explicando queé necessário criar um sentido de disciplina próprio e aprender a lidar com esta nova autonomia que nos é dada”. 

Devemos ser consistentes e, sobretudo, organizar bem o nosso tempo e distribuir bem os trabalhos que vamos tendo ao longo do semestre. É importante que façamos as coisas que sabemos que temos de fazer com calma e com tempo. Terminar tudo à pressa ou deixar para os últimos dias nunca será uma boa estratégia”, destaca ainda Tomás, que considera ser “pouco comum vermos uma pessoa que não tem problemas com as datas de entrega ou que não esteja aflita com as mesmas.  

E se a organização, o método e a responsabilidade têm pautado os anos que o Tomás já passou na faculdade, também o sucesso ao nível social o tem acompanhado. Uma adaptação que foi feita naturalmente, conta: “As praxes podem ser uma boa oportunidade para que quem vem de fora se integre e faça novas amizades. Eu vivo e estudo em Lisboa e já tinha o meu próprio círculo de amigos. Não gosto muito de praxes, eu próprio não participei. No entanto, encaro-as como uma boa oportunidade para novos estudantes se conhecerem e estabelecerem novas ligações”.   

 
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“É uma boa ideia tentar perceber rapidamente quais são os grupos de trabalho com quem achamos que vamos trabalhar bem”

 

Pedro Faro Coimbra1

 

Pedro Faro Coimbra, 18 anos
Licenciatura em Engenharia Eletrónica
 Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa

 

O estudante de Engenharia Eletrónica no Instituto Superior Técnico, Pedro Faro Coimbra, refere como pilares a não perder de vista para que a adaptação ao meio universitário corra com todo o sucesso “não deixar que a matéria se acumule toda para estudar nos últimos momentos”, deixando bem claro que é essencial manter o controlo sobre os conhecimentos que vão sendo adquiridos. 

As equipas de estudo podem, segundo ele, ser também importantes. “É boa ideia tentarmos perceber rapidamente quais são os grupos de trabalho com quem achamos que vamos trabalhar bem”. A participação nas aulas, e agora sobretudo no online, pode também ser decisiva. “Penso que tanto a nível presencial como à distância é importante que não tenhamos medo ou vergonha de perguntar por exemplo algo que não estamos a perceber e devemos também aproveitar ao máximo os horários que são estabelecidos para esclarecermos as nossas dúvidas”. 

Em termos de integração e do aspeto social que a faculdade também implica, Pedro confessa nunca ter sentido grandes dificuldades. “Rapidamente fiz amigos não só dentro do meu próprio curso como noutros. O melhor é descontrair e não ter medo de meter conversa com as outras pessoas seja em termos académicos, seja em termos sociais”.  

Na sua experiência, no Instituto Superior Técnico, Pedro conta ter encontrado muita entreajuda. Por exemplo, “os próprios núcleos disponibilizam drives com testes antigos e com muitas coisas que podem ajudar-nos”, pelo que o espírito de camaradagem está ali bem vincado. A presença nas aulas é outro fator que Pedro refere como importante: “Quando passámos a ter só aulas online até pensámos que podia ser bom, mas agora a verdade é que estamos todos cheios de vontade de regressar à faculdade. Acho que a presença física ajuda muito em termos de integração. Torna-se mais fácil”.

Como conselho final, Pedro deixa uma sugestão: “Acima de tudo não se deve entrar em demasiado stress se estivermos sobrecarregados. O stress é muito contraproducente e acabamos por ficar paralisados. Temos de olhar para as coisas com algum distanciamento e de perceber que não será o fim do mundo se falharmos numa disciplina. Se não a fizermos num primeiro semestre haverá sempre o seguinte. Há que manter a calma!”

 

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“A faculdade não é nenhum ringue de boxe”


Carolina Caixeiro1

 

Carolina Caixeiro, 19 anos
Gestão do Lazer e Animação Turística
 Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril


Carolina Caixeiro começa por aconselhar  aquele que vê como um princípio muito próprio: “É importante sabermos que nem sempre aquilo de que gostamos é aquilo que conseguimos fazer e está tudo bem. Não é nenhuma tragédia".

Relativamente às metas que se estabelecem e que os alunos tendem a tentar acompanhar, Carolina tem uma visão descontraída e positiva. “Não é porque outra pessoa consegue fazer o curso em três anos que todos temos de o fazer. Somos todos diferentes e cada um tem o seu ritmo. Se for preciso mais um ou dois anos não faz mal, não é vergonha nenhuma.” 

O espírito de entreajuda é para Carolina algo de determinante na vida universitária. “A faculdade não é nenhum ringue de boxe. Às vezes há quem chegue a pensar que tem de ter as melhores notas e que é suposto ser competitivo. Não é assim. Pode até ter as melhores notas, mas estamos lá para trabalhar em conjunto e para nos ajudarmos uns aos outros.” 

Estudar diariamente pode, de acordo com a Carolina, não ser o mais importante. “Digo mesmo que não estudem todos os dias, não vale a pena. Invistam, sim, no contacto com os professores e peçam-lhes ajuda. Eles estão lá para isso. Durante as aulas estejam atentos, tirem sempre apontamentos e troquem-nos com os colegas. Há sempre alguém que apanha qualquer coisa que nos escapou e que pode ser importante. Estudar em conjunto também ajuda imenso”, conta.  

Em termos de integração num novo mundo que nesta fase passamos a conhecer, Carolina deixa o seu conselho: “As praxes ajudam muito. A maior parte das pessoas que conheço na faculdade são aquelas com quem tive contacto durante as praxes. Por outro lado, também é bom que se saiba que no ensino superior já ninguém quer saber de onde vimos, nem o que vestimos. As pessoas estão sobretudo interessadas em fazer amigos que possam seguir com elas para o resto das suas vidas. Não se preocupem tanto com a imagem, mas mais com o interior. Na faculdade encontramos, de facto, um espírito de entreajuda muito familiar, o que é fantástico.”